quarta-feira, 9 de abril de 2008

Antônimo de Amor: Ódio ou Indiferença?



           Qual seria o antônimo de Amor? Entre Ódio e Indiferença, certamente o Ódio, não é? Realmente, não é! As sensações e as emoções trazidas pelo amor, são totalmente contrárias as do Ódio. Vejamos bem, as sensações e as emoções! Farei aqui uma breve descrição de cada um.

            Começarei tratando do Amor.

            Normalmente, se pensa no Amor como um sentimento único, uma meta a ser atingida num futuro remoto. Entretanto, o Amor possui várias faces e, apresenta-se em diversos níveis, estando ao alcance de todos os seres.

            Os sentimentos mais elevados, tais como a amizade, simpatia, consideração, generosidade e o altruísmo, são manifestações desse Amor de várias faces a que me refiro.

            Sócrates, tendo dito “o Amor não é um deus nem um mortal, mas um grande demônio” quis dizer que um grande Espírito preside ao Amor universal.

            Esta afirmação lhe foi, sobre tudo, imputada como crime. Como se vê, por Ódio de uns, muitos já deram à vida por Amor e pelo Amor.

            O Ódio não é necessariamente irracional. É razoável odiar tudo aquilo que nos ameaça e que nos causa sofrimento. Tanto quanto o Amor, o Ódio nasce de representações e desejos conscientes e inconscientes, os quais refletem mais ou menos o Amor excessivo e mórbido à própria pessoa, o que nos faz pensar sermos muito especiais.

            Para termos o Ódio desperto por alguma pessoa, é necessário que reconheçamos a existência desta pessoa e que ela, nos provoca sensações e emoções, por piores que sejam. Mesmo ele sendo negativo, é um sentimento que une pessoas. No momento em que estamos com raiva, pensamos na outra pessoa, com rancor, mágoa, ira... Mas pensamos. Estamos ligados a ela como que pelo Amor.

            O Ódio se tivesse uma cor, seria Vermelho, tal qual a cor do Amor.

Segundo Elie Wiesel, a Indiferença pode ser considerada o antônimo do Amor... Wiesel é um judeu nascido na Romênia, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1986 pelo conjunto de sua obra, quase 40 livros, montada para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições.

            Assim como ele, acredito que a Indiferença seja contrária ao Amor.

            Para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode enfrentar a situação mais banal ou a mais adversa sem se importunar. São esquecidos os sentimentos, as emoções. O indiferente, não se importa com nada, com ninguém. Não julgo seus atos, não observo seus modos, não testemunho a sua existência. Ela não exige olhos, boca, coração cérebro... O corpo ignora sua presença e, muito menos se dá conta de sua ausência. A Indiferença se tivesse uma cor, seria cor da água, cor de nada.


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